Imagem: Joyce Egly
Empreender em algo é uma decisão que precisa ser pesada com coerência e ousadia. Muitas vezes, a única coisa que sentimos é necessidade de sobreviver ou de aumentar a renda familiar, porém, toda e qualquer atividade que gere renda pode ser transformada com ações de empreendedorismo, seja aquela pipoca especial, o amendoim pralina, o biscoito com receita de família, o brigadeiro, o pão de alho, de queijo ou de alguma especiaria diferente que traga a sua identidade entranhada no sabor, no aspecto, na aparência e na memória que juntas construirão a experiência de seu cliente abrindo espaço no mercado para você.
Os serviços também seguem os
mesmos princípios acima: se você for bom em algo, busque excelência e se
destaque em uma carreira individual ou num negócio de prestação de serviços. Afinal,
serviço também é um tipo de produto. Lógico que exige ousadia e coragem, ir
atrás das oportunidades, envolver as pessoas para que elas produzam por
iniciativa própria os resultados que você deseja, como por exemplo, vendam seu
produto por você!
É muito prazeroso quando um
cliente oferece o seu produto com toda alegria e segurança ao próprio cliente
baseando-se na experiência que ele vivencia tanto na relação contigo quanto com
seu produto ou serviço. Dessa forma, inovar é
importantíssimo e superar-se é essencial. Transforme as dificuldades e desafios
em oportunidades com criatividade, respeitando a sua identidade com resiliência
e persistência.
Mude de rumo, de ramo, de
negócio, de forma ou de atuação, só não perca sua motivação de seguir em
frente. Reformular-se faz parte do processo de crescimento e amadurecimento,
independentemente de sua idade. O ideal é focar-se primeiramente em um
objetivo, desenvolvê-lo, testá-lo e experimentá-lo para depois poder ampliar
seus campos de atuação. Você vai falhar inúmeras vezes, por isso, aprenda, compreenda o processo,
sacuda a poeira e siga em frente até acertar muito mais que errar! De resto, força para encarar os desafios que surgem.
Hoje inicio a série Receitas e Custos: Faça e Venda. Abro com a receita de Bolo de Chocolate com Recheio de
Brigadeiro. Então, vamos lá?
Para a massa de bolo você vai
precisar:
375 g de Farinha de Trigo Peneirada
375 g de Farinha de Trigo Peneirada
50 g de Cacau peneirado
1 xícara e meia de Açúcar
175 g de Margarina com baixo teor lipídico ou Manteiga
180 ml de Leite
15 g de Fermento em Pó
2 g de Sal
4 ovos com as claras batidas separado e em
neve
Antes
de começar o preparo, misture bem o cacau e o fermento à farinha. Também unte
uma forma de aro 20 com margarina ou manteiga, polvilhe com farinha de trigo e
reserve. Feito isso, bata as claras em neve e
reserve.
Leve à batedeira ou bata na mão: o açúcar, a manteiga ou margarina de baixo teor lipídico e as gemas. Bata até esbranquiçar. É recomendado peneirar as gemas a fim de retirar a membrana que a envolve, isso ajuda a retirar o cheiro de ovo.
Depois vá acrescentando aos poucos a mistura da farinha de trigo com cacau e fermento, alternando com o leite líquido. A mistura precisa ficar homogênea batendo o suficiente, pois se bater demais, a massa fica pesada. Terminada essa etapa, misture com delicadeza as claras em neve.
Leve ao forno 180 °C por cerca de 45 minutos ou até que se enfie um palito no centro da massa e este saia limpo. Depois de retirar a massa do forno, aguarde em torno de 10 a 15 minutos para desenformar. Corte-a em 3 discos e reserve.
Para o Recheio de Brigadeiro:
3 Latas de
Leite condensado
150 g de Chocolate
50 % cacau de sabor marcante
360 ml de Leite
Líquido
60 g de
Margarina
1 caixinha de
creme de leite sem soro.
Misture todos
os ingredientes, exceto o creme de leite, e leve ao fogo baixo, mexendo sempre
até que chegue ao ponto de brigadeiro (quando o doce solta do fundo da panela
formando crateras). Retire do fogo, mexa e acrescente o creme de leite. Retorne
a panela ao fogo apenas para pegar um pouco de consistência, cerca de 5 a 10 minutos
no máximo.
Para que o
bolo fique com a massa molhadinha, rego com calda de chocolate. Como?
Levo ao fogo 1
e 1/2 xícara de leite, com 20 g de chocolate em pó, 30 g de açúcar e um
pauzinho de canela, deixo fever e esfriar.
Montagem:
Num prato para
bolos ou base, colocar um disco de massa de bolo, fazer uns furinhos com palito
ou garfo, regar sem excesso com a calda para ele não desmoronar, passar a
primeira camada de recheio, e deitar sobre ela o segundo disco de massa. Repita
o processo. Na terceira e última camada, por causa do contato com a forma, a
massa parece mais selada, daí não esquecer dos furinhos e de regar com um pouco
mais de calda.
Imagem: Joyce Egly
Nessa foto, usei uma base de isopor porque iria transferir a montagem antes de confeitar para um outro prato de embalagem. Você pode fazer o mesmo. A massa fica bem recheada e molhadinha, portanto, sugiro cuidado redobrado ao fazer esse procedimento.
Agora vamos
pensar se você fosse vender?
(Custos dos
ingredientes + tempo de forno e fogão* + embalagem para venda + transporte para
entrega + parcela de custo fixo) x (1 + percentual de lucro desejado)
Para saber
qual é o valor do quilo do bolo para venda, basta dividir o valor acima pelo
peso de seu bolo e depois usar uma regra de três, assim:
Caso o valor
encontrado seja de 100 reais e sua receita rendeu 2,5Kg:
100
--------------- 2,5
X -------------------
1
2,5x = 100
X = 100 / 2,5
X = 40,00
Observe que na
Regra de Três, multiplica-se de forma cruzada 100 x 1, e 2,5 x X. Depois isola
o X e divide o primeiro termo pelo segundo, no caso 100 por 2,5. Desse modo, o
valor do quilo ficou em R$ 40,00. Eis uma das grandes dificuldades que percebi
em quem decide trabalhar com bolos! Não saber como encontrar o valor que
cobrará pelo quilo de seu produto. Normalmente, acaba tomando por base o preço
de seus possíveis concorrentes, o que, quando se fala em Estrutura de Custos,
já vimos que trata-se de um grande erro.
Sobre o tempo
de forno e fogão:
Você só irá considerar como item na estrutura de custos caso não inclua o gás no custo fixo, seja por não ter fornecedor de gás encanado ou um de uso exclusivo para suas atividades de fabricação, ou por ainda não ter uma produção diária regular. Nesse caso, você vai precisar arbitrar um valor consumido por receita, baseado no tempo que se demora para fazer a reposição do gás, dividindo o valor pela quantidade dias e considerando quantas peças você produz num dia. Caso compartilhe o gás com o consumo doméstico, vale a pena abater a diferença considerando o tempo de uso diário tanto do forno quanto do fogão, Como?
Você só irá considerar como item na estrutura de custos caso não inclua o gás no custo fixo, seja por não ter fornecedor de gás encanado ou um de uso exclusivo para suas atividades de fabricação, ou por ainda não ter uma produção diária regular. Nesse caso, você vai precisar arbitrar um valor consumido por receita, baseado no tempo que se demora para fazer a reposição do gás, dividindo o valor pela quantidade dias e considerando quantas peças você produz num dia. Caso compartilhe o gás com o consumo doméstico, vale a pena abater a diferença considerando o tempo de uso diário tanto do forno quanto do fogão, Como?
A
forma mais próxima do gasto real que encontrei foi dividir o valor diário
encontrado pela quantidade de minutos que os dois são utilizados, então você
encontrará o custo do gás por minuto. A partir daí é só multiplicá-lo pela
quantidade de minutos gasto com o preparo da receita. Lembre-se que nesse caso,
ele não entra como item na composição de sua estrutura de custo fixo, por
configurar como custo variável, certo?
Ah! Caso decida
vender o bolo em porções, não esqueça de considerar os gastos com todas as
embalagens utilizadas, inclusive as de entrega.
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