1/6 Cálculo de Custos Aplicado a Brigadeiros: Introdução_SUGESTÕES E DICAS

Olá, pessoal, tudo bem?

Hoje inicio o tópico Cálculo de Custos Aplicados a Brigadeiros. Serão 6 postagens, distribuídas da seguinte forma:
- 1/6 Cálculo de Custos Aplicado a Brigadeiros: Introdução _ Sugestões e Dicas;
- 2/6 Cálculo de Custos Aplicado a Brigadeiros: ETAPA 1: Compras;
- 3/6 Cálculo de Custos Aplicado a Brigadeiros: ETAPA 1: Aquisições;
- 4/6 Cálculo de Custos Aplicado a Brigadeiros: ETAPA 2: Produção e Embalagens;
- 5/6 Cálculo de Custos Aplicado a Brigadeiros: ETAPA 3: Vendas, e
- 6/6 Cálculo de Custos Aplicado a Brigadeiros: ETAPA 4: Apuração de Resultados e demais alocações de outras despesas.

Muitas vezes, quando pronunciamos ou ouvimos falar a palavra "Cálculo", já a associamos a algo complicado, não é mesmo? Mas não precisa ser desse jeito. Na verdade, a maioria dos cálculos exigem raciocínios bem simples, proveniente de uma boa interpretação, em vez de um "esforço sobrenatural". Porém, as linguagens empregadas, as tecnologias e os métodos acabam criando ou reforçando essa barreira.

Quando iniciamos um negócio, calcular passa a ser algo quase "fisiológico" de tão corriqueiro, que varia conforme o objetivo e a aplicação. Existem vários métodos de cálculo, aqui utilizei os métodos por Absorção e Variável, de forma complementar.

Aí você pode perguntar: "Mas no fim trata-se sempre daquela "sominha" básica de tudo o que gastei para produzir algo, né?"

Eu vou te responder: "Depende".
Porque depende da abrangência que você atribui a essa "sominha" rs.

Se você estiver se referindo a todos os gastos incorridos e realizados, em todas as etapas do seu negócio (compras eaquisições + produção e embalagem + vendas + processos administrativos e outros), ok. Você está certa (o). Agora, se você se refere apenas à soma dos preços pagos pelos ingredientes que usou para produzir, aí a resposta está incompleta e insuficiente.

A ideia aqui não é produzir um artigo, trazendo um conciso referencial teórico e tals. O objetivo é transmitir da forma mais fácil, didática e simples que encontrei, usando as informações, métodos e ferramentas administrativas aplicando-as ao negócio de brigadeiros e a outros negócios com mesmo escopo de produções pequenas e/ou artesanais, de forma que ajude na hora de decidir questões básicas nesse tipo de negócio de um modo bastante eficiente, ok?

Assim, dividi o "negócio de brigadeiros" em 4 etapas, são elas:
- ETAPA 1: Compras e Aquisições ( que será dividido em duas partes separadas. Um poste dedicado a compras e o outro a aquisições. Em "Compras" incluirei como calcular a Hora Trabalhada com base no Custo de Oportunidade usado como referência);
- ETAPA 2: Produção e Embalagens;
- ETAPA 3: Vendas, e
- ETAPA 4; Apuração de Resultados. Aqui incluirei as despesas com "PeD"(Pesquisa e Desenvolvimento), além de outras despesas e/ou custos diversos.

Dividi dessa forma, porque me pareceu mais simples, uma vez que PeD poderia ser tratado como um item à parte, porém, como em nosso caso é intermitente (vezes ocorre, vezes não), o incluí na última etapa.

"Tá, Joice. Mas quem é esse tal PeD pra gente?"

Os testes de receitas e pesquisas que você faz para desenvolver ou reproduzir novos sabores de brigadeiros e outros produtos.

Agora preciso te passar algumas definições usadas em Contabilidade de Custos e Economia, para você se familiarizar com alguns desses termos quando eu os utilizar, e assim, possamos nos comunicar melhor, ok?


Breves Definições

O que é Contabilidade de Custos?
É uma parte da Contabilidade Geral que busca resolver problemas e questões relativos à mensuração dos custos envolvidos em dado empreendimento. Possui vários métodos de custeio (forma de distribuir os valores). Aqui escolhi dois métodos de maneira complementar: O Método de Custeio por Absorção e o Método de Custeio Variável. Eles nos ajudarão a calcular de forma rápida, simples e eficaz nossos valores.

Método de Custeio por Absorção:
Como o nome diz, que "absorve" todos os custos da ETAPA 2 e distribui as demais despesas incorridas nas outras etapas. Sendo que, no final, todos os gastos são considerados no Custo Total, direta ou indiretamente.

Método de Custeio Variável:
Como o nome declara, que "varia" conforme a produção. Nele, o critério de distribuição do custo é o identificando como direto ou indireto. Ou seja, se pode ser atribuído diretamente, por exemplo: Quanto de Leite Condensado, de Leite Líquido, de Margarina... foi utilizado em determinado para fabricar determinado sabor. Ou indiretamente, ex.: Quanto de água, energia, detergente... foi usado em sua produção.

Ponto de Equilíbrio (PE):
É uma referência que pode ser medida tanto em moeda corrente , no nosso caso, o real, ou em unidades, ou seja, em um volume de quantidades que o representa. Discrimina em qual ponto você nem ganha nem perde, mas "fica empatado". O uso dessa ferramenta deixa claro a partir de quanto você começa a, de fato, lucrar com seu negócio.

Faturamento:
Aqui será aplicado como no sentido de arrecadação bruta, ou receita bruta. Esse termo surgiu do uso da "Fatura", um papel que representa uma obrigação para o cliente e uma receita para quem vende. Por exemplo: Fatura do Cartão de Crédito, é uma obrigação para você e representa receita para a administradora. Preferi usar termos diferentes para representar com clareza os termos receita bruta e receita líquida.

Receita Bruta:
Aqui será o mesmo que "Faturamento". Representa a arrecadação total sem considerar nenhum desconto.

Receita Líquida:
Aqui será o mesmo que seu lucro de fato. Representa sua arrecadação total "menos" todos os gastos e e tributos incorridos.

IR:
Imposto sobre Renda. Representa um tipo de imposto que é calculado sobre nosso "lucro bruto", que aqui será tratado como o Lucro Antes do Imposto de Renda. Não se aplica sobre todas as receitas, apenas sobre as consideradas tributáveis. É aplicada em diferentes alíquotas, dependendo da faixa de renda que o somatório de sua receita representa. Aqui será sempre equiparada a aplicada para o MEI (Microempreendedor Individual) ou Pessoa Física, porque para outros tipos de "empresas" existem formas e alíquotas diferentes, ok?

Gastos:
Representa os vários tipos de Desembolsos incorridos no negócio. São todos os recursos utilizados, independente de ser monetário (R$) ou não, a qual possa ser atribuído valor. Dependendo de quando e como ocorra, pode ser classificado como:
- Custos ( em nosso caso, são todos os gastos incorridos na ETAPA 2);
- Despesas, ocorrem em todas as etapas;
- Investimentos, ocorrem quando fazemos uma "aquisição";
- Desembolsos, são os tipos que não classificaremos especificamente, e
- Perdas, "podem ser conhecidas e não conhecidas". 

Perdas Conhecidas:
São aquelas já esperadas. Por exemplo: Sobra de receita ou material, algum volume "coberto" de brigadeiros que voltaram, um pagamento não recebido desde que dentro de um percentual esperado...

Perdas Não Conhecidas:
São as inesperadas. Por exemplo: Um acidente com o estoque, receitas perdidas por erro, um volume de retorno inesperado de brigadeiros não vendidos...

Quando considero Gasto como Custo?
De uma forma bem simplista, quando você pode atribuir diretamente ao produto. Se não for possível, será uma despesa.

Lucro (L):
Aquilo que se obtém acima do ponto de equilíbrio (PE). É expresso em um percentual aplicado sobre o PE ( ponto de equilíbrio) que você determina de quanto será. Assim, basicamente PE + L = Preço Mínimo de Venda (PMV).

Custo Total:
Representa o somatório de todos os gastos incorridos e realizados para obter o resultado de seus esforços (no nosso caso brigadeiros e Cia). Pode ser expresso por unidades, bastando dividir seu valor pelo total de unidades produzidas. Quando o seu produto for vendido, esse custo passa a se chamar: Custo do Produto Vendido (CPV). Para simplificar o uso de tantos termos, irei tratá-lo, na grande maioria das vezes como : Custo Total por Unidade (CTu), assim, quando eu estiver me referindo ao somatório de gastos por unidade, será CTu, quando ao global, será Custo Total, ou somente CT, ok?

Custo Total por Unidade:
É a expressão em valor (R$) do somatório de Gastos incorridos e realizados por cada unidade de produto que, no nosso caso, serão brigadeiros e afins.

Preço Mínimo de Venda:
É o valor do CTu (Custo Total por Unidade) acrescido (somado) do percentual que você determinou de Lucro, ou seja, é o valor obtido da soma; CTu+L(Lucro) = Preço Mínimo de Venda. Representa o menor valor que você deverá vender seu produto para obter o lucro desejado.

Preço Médio de Mercado:
Valor médio que normalmente é praticado para produtos similares ao seu. Reflete quanto em média as pessoas estão dispostas a pagar pelo produto que você vende. Ele pode ser igual ou maior que seu PMV (Preço Mínimo de Venda). Se ele for maior, significa que sua Margem de Desconto (MD) é maior que seu lucro, lhe dando a opção de não dispor do seu lucro quando der ou praticar descontos e promoções.

Margem de Desconto (MD):
Refere-se à "fatia do preço de venda praticado" entre o PE ( Ponto de Equilíbrio) e o Preço de Venda Praticado (Preço de Venda). Assim, quando você vende seu produto pelo seu Preço Mínimo de Venda (PMV), significa que sua Margem de Desconto (MD) é igual ao seu Lucro (L) por unidade, qual você pode ou não dispor, conforme entenda que deve. Se o seu Preço de Venda (PV) for maior que seu PMV (Preço Mínimo de Venda), significa que sua MD (margem de desconto) ultrapassa o seu Lucro por unidade, e isso te permite decidir se você quer ou não dispor de seu lucro quando praticar descontos ou fizer promoções. Assim, se você não quiser dispor de seu lucro, basta determinar que sua MD começa a partir do valor de seu Preço Mínimo de Venda (PMV) e vai até o valor do Preço de Venda que você praticou, ok?

Depreciação:
Reflete uma parcela de investimento feito, que é distribuído aos gastos até o final do seu Ciclo de Vida. Ou seja, se você comprou uma panela por R$ 300,00 e espera-se que você consiga trabalhar com ela até 5 anos. Cinco anos aqui é o Ciclo de Vida da panela. Como você não pode inserir nos Custos Totais o valor desembolsado pela panela de uma só vez, porque deverá trabalhar com ela pelos próximos 60 meses (5 anos), você deverá dividir o valor pago na panela pela quantidade de meses do Ciclo de Vida dela, e assim obterá um valor que corresponderá à parcela de depreciação da panela que deverá ser somada mensalmente aos Custos Totais. 

Ciclo de Vida:
Tempo esperado para uso de determinado bem cujo fim poderá ser o descarte ou a substituição por obsolescência (ultrapassado).

Custo de Oportunidade:
Basicamente, quando você começa um negócio, significa que você deixou de fazer outra coisa rentável, pois direcionou seus recursos para ele. Esses "seus recursos" podem se referir a dinheiro, imóvel, automóvel... como também a apenas a sua capacidade de trabalho. Como no nosso caso (os brigadeiros e afins), normalmente é um tipo de empreendimento feito por necessidade, você vai comparar o seu Custo de Oportunidade (CO) à faixa salarial média que você receberia se trabalhasse "pra fora" (para terceiros), ok?

Empreendimento:
Refere-se ao ato de empreender, que pode ser manifesto na forma de uma empresa ou organização, ou na postura de dedicação, comprometimento e geração de valor dentro de uma empresa, organização ou sociedade.

Até aqui ficou claro? Alguma dúvida? Deixe aqui no comentário ou me envie um e-mail para: oficinadeoficios@gmail.com. Assim que possível, responderei com muito prazer!

No próximo post tratarei da Etapa 1: Compras.

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Obrigada e Até!





Obs.: Matéria feita novamente porque um bug no app do Blogger culminou na exclusão da original.


 

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